Anna Kessous(Desdêmona)
Tive a honra de fazer no teatro a peça Otelo,o mouro de Veneza.A cena que envolvia a morte de Desdêmona,minha personagem tinha uma carga dramática incrível.Relendo hoje qualquer das peças de Shakespeare ou assistindo a sua montagem nos moldes tradicionais que o culto ao gênio impõe,podemos discordar de muitas soluções e aspectos técnicos, inerentes as condições,a riqueza da frase,o vigor no extravasamento dos sentimentos humanos,toda a extraordinária gama de efeitos que nos causam,tudo nos coloca diante de um grande dramaturgo,tão vivo e tão real quanto os maiores de nosso século.O depotismo,o vício,a maldade,ambição,o ódio e as paixões mais tormentosas,todos se desnudam pela magnífica pena de Shakespeare com a vivência e a atualidade com que os encaramos e os tratamos em nossos dias;da mesma forma,o amor não perdeu o encanto singelo que transcende de toda a suave poesia do bardo imortal,conquanto se revista das formas agitadas e intranquilas da conjuntura que atravessamos,nem a generosidade,a nobreza de caráter,a ontura da razão oferecem dimensões diferentes aquelas a que nos acostumamos em nosso trabalho cotidiano.

Me lembro quando você fez Desdêmona.Gostei da matéria de Shakespeare que nasceu e morreu no mesmo mês.Muitoooo interessante!
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